domingo, 27 de dezembro de 2009

ANO PASSADO


Às vezes pedra
às vezes vento
Ás vezes nada.
Um só momento
areia
centelha
estrada.
E uma vontade inexplicável
de continuar.

Resoluções
decisões
e contradição.
Revoluções intrínsecas
e o volver do coração.
Lágrimas às vezes
mística
política - meses.
E uma vontade inexplicável
de continuar.

Tombos
escombros.
Sem ombro amigo
companheira
companhia
sem mão amiga
sem poema
sem poesia.
E aquela vontade inexplicável
de continuar.

Às vezes homem
às vezes lobo
às vezes tolo
Comum - incomum.
Humano
veterano só
com raiva - com dó
de mim mesmo.
E aquela vontade inexplicável
de continuar.

Sem vontade de olhar
de ver - de ter.
Sem endereço
sem preço - apreço
sem o berço que acompanha.
Sem vontade
sem idade
sem nada de novo.
Mas sempre a vontade inexplicável
de continuar.

Às vezes amor
às vezes dor.
Às vezes ódios
que não são meus.

domingo, 13 de dezembro de 2009

COPENHAGUE
(Jayme Jr.) - Copyright


Viver
Não é só respirar
Beber, comer
Fingir pensar.

Viver
É perceber o mundo
O mundo ter
O mundo amar.

E quem ama
Pelo mundo se importa
Apaixona-se, se desperta
Pelo mundo acorda.

Viver
Não é só amar
A fulana, o fulano
Por ele, ela - se entregar.

Viver
É crer e ter a Terra e Céu
Vivenciar um mundo mudado
Qu'inda nem saiu do papel.

E quem ama
Não foge, não mente
Vive além de sua semente!
Sua família é o mundo!

Viver
É resolver, dissolver
Todos os problemas do planeta
Ter num Protocolo a Terra sã.

Viver
É viver por conhecer o ontem
Amar vivendo o hoje
Lutar pra salvar o amanhã.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PARA ANA CRISTINA
(Jayme Jr.) - Copyright

Como és bela

E bela é nossa amizade
Virtual
Atemporal
Dentro dessa idade
Dessa idade em que vivemos
Mesmo nós sabendo
Que o tempo é tempo
Horas, dias a mais
Momentos intemporais
Iguais ou desiguais...
Mas do que o tempo
Atemporal me trouxe
Nesses últimos tempos
Nesse ano - do que se soube
Vale-me bem mais você
O seu carinho
Seus olhos verdes
E o seu jeitinho
De se achegar, dominar
E transformar uma amizade
Em um afeto de pra sempre
Afeto de contente!
E de contente meu coração bate
Por ter você
Por ser você - por inteira
O melhor dessa amizade!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

OS DIAS D
(Jayme Jr.) - Copyright

Ás vezes sigo
Sem querer seguir.
Mas é preciso
Penso eu, me reinventar.
E já diz o ditado
Que seguir, viver
Que navegar é preciso
Que é preciso continuar.
Talvez seja um costume
Esse querer
Essa mania
O se perder
Ao se parar pra pensar, repensar.
Eu e você
Somos do tipo
Somos daqueles
Que de tudo tiveram:
Cruzeiros
Cruzados
Ciclos
Que sonhos - sonhar quiseram.
E hoje parece-nos
Que pra continuar
Pra ter
Pra efetuar, desfrutar
O não reter-se é preciso
Que o parar é o inciso
Entre o possuir e o não ter.
Mas eu de tanto parar
De tanto na estrada esperar
Algo que não vem
Algo que não é
Que nem sei se será
Mas que sei - aqui dentro está
Acredito que hoje
Meu caminhar é mais rápido
Meu reinventar
Mais enfático
E vou aprendendo o valor
Do não parar
Ou pouco parar
De me organizar.
Pois só assim
Não parando
Pouco parando
Organizando-se
É que é possível receber.
Não não, não me arrependo
De nenhum momento em que parei
Até porque
De nada adiantaria isso
Mas lamento
Em ter chegado hoje aqui
E não ter isso, nem aquilo
As pratas do dia
Aquela fatia
Que também tinha direito.
Que fazer então
Com tudo que consegui até agora?
Com tudo que juntei
Que debulhei
Enquanto na estrada
Enquanto parado á pensar?
Darão frutos os sonhos
Que só é possível sonhar
Enquanto parado
E aos olhos vis - distraído?
O que devo fazer farei!
Farei então o que reza o protocolo
Que briga, quase obriga
A não pararmos nunca
E assim crer que me reinventei
Crer de novo
E de novo reinventar-me
Sem para isso
Perder décadas
E vidas dentro de mim
Mesmo parando nos dias D.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009








EM TRÊS QUADRAS
(Jayme Jr.) - Copyright

Em três quadras eu descrevo
A menina sorridente
Em três meses eu me atrevo
Em plantar minha semente.

Sou teu amigo que ama
Cada sarda em seu rostinho!
Dentro em mim algo se inflama
Por seu jeito - passarinho.

Os teus seios - duas frutas
São meu sonho - madrugada.
Por esse amor são tantas lutas
Dos que querem namorada.


domingo, 8 de novembro de 2009

PARA A GLÓRIA DE DEUS
(Jayme Jr.) – Copyright

São tantas vidas, tantos mundos
Tantos momentos, tantos segundos
Tantos ais, pensares, pesares
Lá no fundo de cada coração!
Só mesmo quando estamos
Assim sensíveis, coração apertado
Equilibrado
Emoção á flor da pele
É que podemos ver tudo isto.
Estar sensível
É rir com a natureza – sua beleza
Estar sensível é chorar
Pela condição humana – tristeza!
Estar sensível é estar perecível
É eu poder admitir à mim mesmo
O quanto te amo!
O quanto te quero!
E que ainda te espero
Tarde ou cedo.
Estar sensível, também é
Quando ás vezes preciso
Sentir á mim mesmo!
E quando sinto-me á mim mesmo
É quando também sinto tudo
Dentro de mim, á minha volta
Os mundos, esse mundo
Você, que é minha causa, minha musa.
E sentindo tudo
Daquilo que conseguimos sentir
Cada lágrima rolada
Cada sentimento apertado, afetado
Cada saudade, cada verdade
Fora ou dentro do tempo
Surge, urge, e vemos, sentimos
Como se fossemos Deus!
E com tudo isto
Sentimentos, sensibilidades
Posso dizer sem vaidades
Deus, dos que sentem o todo – o único
Que chora, que sofre por tudo
Sim Deus, é aquela pessoa una
Que eu não gostaria de ser.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

LADO Á LADO POR AÍ
(Jayme Jr.) - Copyright

Se fossemos amigos
Se nos conhecêssemos melhor
Se sempre nos víssemos
Se nos sentíssemos de perto – juntos
Talvez esse nosso amor
Não fosse assim tão impactante
Delirante, desinformante
Talvez fosse mais sereno, ameno
E o desejo seria um equilibrista
E teríamos o que queremos:
O abraço amigo, o diálogo;
E esse querer que não sei
Se também queres - por ali perdido,
Escondido, até ser encontrado
Experimentado
Ou quem sabe, achado e guardado
Pra depois!
Apareceria então o altruísmo
Valeria mais o amor, além da paixão.
E te garanto ó meu amor, meu bem
Que da mesma forma
Que te quero, que te amo além,
Que te dou tudo o que tens
Te daria, conhecendo-te, tendo - te
Dessa maneira também
Que diga-se de passagem
É a correta maneira de se viver
De se querer e amar
Á quem se quer bem.

domingo, 1 de novembro de 2009

MÃE
(Jayme Jr.) - Copyright

Não há ninguém como a mãe da gente
Ou há? Diferente! Indiferente
À tudo que se nos apresenta
Para nos livrar, defender
Pra nos prender sempre novamente
Ao cordão umbilical.
Não há ninguém
Não há nada como a mãe – mãezinha
Que se propôs desde o início
Que até hoje se propõe
A se doar se for preciso
A nos amar... carregar – avezinha!
Em dar a vida, nos dar o juízo
De que muitas vezes precisamos.
Não há ninguém como a minha mãe
Que sempre me amou, me suportou
E que me agregou
Quando me tornei um desagregado.
E aquele ensinar, um educar...
Não didático
Muito menos fanático
Ou algo assim superficial...
Mas me ensinou sim, de coração...
De alma, de vida pra vida
Sendo até nas minhas revoltas
O meu bem e também meu mal.
Acho que as mães quando se tornam mães
Deixam de ser mulheres
No sentido daqueles fazeres!
No sentido daqueles pensares!
Daqueles moveres
Que elas colocam magicamente
Num mover de repente – o ser mulher!
Mulheres são deusas por serem mulheres!
E quando se tornam mães
Deixam a divindade
Para serem muito mais que deusas!
Para serem mães!
E, alimentar-se do leite materno
Não é só no colo, ali embalado.
Alimentar-se do leite materno
Acho que é algo eterno
Até já depois de menino
Até já depois de adulto
Num não mistério ou mistério
Num feitiço só delas
Porque são elas, quem nos embala
Quem nos protege
E nos amamentam pra sempre.
Não existe ninguém
Igual as nossas mães
E para mim menino, homem
Não existe ninguém
Igual á minha mãe!
E eu hei de amá-la para todo sempre
E hei de estar sempre ligado
Àquele cordão que não se perdeu
Mas que sobreviveu desde o parto.
E nós estamos...

E eu estou ligado através dele!
Como estive ontem
Como estou hoje, e sei estarei
Para sempre...
Nessa órbita
Nesse círculo eterno
Que é vida, que é doce
Que é materno...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CANÇÃO PARA CAROL
(Jayme Jr.)- Copyright

Quando eu te vi
Foi como ver o sol a nascer
No seu despontar na manhã.
Foi assim quando te vi
Quando te senti.
E aqueles primeiros minutos
A te olhar, a te prender – me prender
Tinha algo de mar, de luar
Algo teu – que só externam as ninfas
As deusas – mulheres sem idade...
Se de repente eu não puder mais te ver
Dê-me apenas mais um pôr de sol
Ou o nascer dele – como tem sido...
Um goodbye – daquele que não vai
Daqueles que ficam no coração, n’alma.
E o que são palavras poéticas, métricas
Comparados ao teu sorriso
Aos teus olhos tristes por não serem tristes
Ao teu espírito elevado
Alado – beija-flor?
Comparados ao seu entender
Que mesmo sendo em tudo como outras
Tens de cativeiro, de liberdade não sei o que
De amor, de verdade
De tudo bom mesmo assim.
Ver-te e ter aqueles minutos diante de você
Foi pra mim como um retroceder na vida
Ou quem sabe um avançar
Um começar tudo de novo
E o acreditar... através da força tua
Na possibilidade, possibilidades
De nos vermos de novo, de nos termos
E porque não, de nos perdermos
Já que para encontrarmo-nos
Se preciso for
Parece que somos tão bons!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PASSAGENS
(Jayme Jr.) - Copyright

Lembro-me da primeira vez
Na chuva fina
Os faróis, as vitrinas
Você ali: a me olhar, a sorrir.
Você parecia investir
Numa história já escrita
De vidas já corridas, vividas
Num só momento, num só sentir.
É claro que me lembro do depois
Do que foi, do que era
Das nossas vidas em amor, desamor
Da espera...
E a dor que não se foi, que não se vai.
Lembrei-me de você quando vi passagens
Aéreas, marítimas, viagens
Você a levantar muros
Com o escuro do que era puro
Separou, colocou dos lados
O amor, a chuva, faróis e a lembrança:
De que houve felicidade
De que houve verdade ao menos numa altura.
Mas tudo se foi com as passagens, aviões
O primeiro encontro
O primeiro beijo – emoções
Aquele teu sorriso...
Mas o que não correu pela passagem de fuga
É a lembrança – reclame de distância
Lembrança de todas essas coisas
De tudo isso
De tudo aquilo que não levanta vôo.

domingo, 11 de outubro de 2009

OUTRO POEMA DE AMOR
(Jayme Jr.) - Copyright

Eu quero escrever um poema de amor
E não estar voltado à você!
Eu quero escrever um poema de amor
Que não me faça lembrar
Que não me faça de novo enlouquecer.
Um poema sintético
Pois não estará voltado à você.
Sei, talvez fique patético, esquelético
Precisando de paixão - de você!
Eu quero compor um poema de amor
Inspirar-me na dor, no dissabor
Ou num amor que não seja este
Este que me dói, que me corrói
Este que tem a ver com você.
Eu quero compor um poema de amor
Escrevê-lo de costas
Agora voltado pro sul
Não para o norte, pra você, como estava
Ainda que este amor nosso amor norteava
Eu quero escrever um poema de amor
Que não seja o amor que sinto por você!
Por que? Por que eu quero esquecer!
Porque quero estar numa situação
De desamor, de despaixão
De não coração ao escrever.
Eu vou compor um poema de amor
Mesmo sem inspiração
Já que o que me traz inspiração é o amor...
Então mesmo sem amor - mesmo sem você -
Eu quero, eu preciso, eu vou
Escrever um poema de amor.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

POEMA DA ESSÊNCIA
(Jayme Jr.) -Copyright

O pássaro no céu a voar, faz o céu mais belo
O chão em paralelo também é importante
Como são importantes as flores, as cores
E o diário de Adão...
Escrito em cada nome de coisas que ele mesmo deu.
E é importante o amor de Eva, para ele e para o todo.
Assim como são importantes as águas límpidas,
O céu de ar puro e cintilante
Assim como é importante
A própria virilidade de Adão
Sua masculinidade
Que talvez por uma questão de força
Leva ele bem mais em conta isso
Do que talvez Eva levasse em conta
Sua força e poder de pétala.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O SEM FIM
(Jayme Jr.) - Copyright

Vejo-me numa estrada sem fim
São sem fim minhas paradas
São sem fim os meus passos
E cada amor rabiscado por mim.

Olho para o mar informante infinito
E mesmo que na nau eu o cruze
Numa só volta estarei nessa praia
Nessa vértice, nessa raia sem fim.

E me mostraram o espaço sideral
Eu vi que também é infindo
Planetas, sistemas, galáxias
Estrelas, cores, luzes por mim.

Queria tanto à ela mostrar
Que o meu amor é de verdade
Esférico, ativo, rotativo
É poesia, alegria, brisa sem fim.

Queria mostrar a esse mundo
A vida em que estamos envolto
Histórica, esférica, escolástica
Sem o nada, ou parada, só o sem fim!

terça-feira, 28 de julho de 2009

CONCRETOS FRIOS
(Jayme Jr.) - Copyright

Não há nada na cidade
Que me desperte, que me eleve
Que me ate de novo em laços
Nem qualquer beleza urbana, humana.

Não há nada nas ruas
Nem depois da chuva fina
Além de faróis, semáforos
Concretos frios, aço, espaços.

Também não há você nem eu
Nem as horas ou nossos segundos
Ou mesmo sinais de nossos passos
Nada de fumaça, cores, flores.

É que quando você foi embora
Você levou tudo que é, que tínhamos
A cidade, o amor, beijos, abraços
Pois leve agora a saudade, a metade...

terça-feira, 30 de junho de 2009

PALAVRAS
(Jayme Jr.) - Copyright


Há palavras e palavras
Palavras, palavrões.
Escritas, ditas, gritadas
Pré-concebidas, machucadas
Expressões!

Há poesias de ventanias
De calmarias, exatidões.
Há provérbios, há ditados
Bem ou mal interpretados
Os que desdenham de emoções.

Ciranda de letras
Ciranda cirandinha...
Cantigas de ninar.
Palavras no rádio, TV
E o que não se vê - no ar!

Ela terminou seu livro
Desenhou mais um poema
Emoções, pena... idéias
Expressões de olhares, gestos
Manifestos, palavra amena...

Há letras débeis, pensadas
Murmuradas, decibéis.
Jornais que noticiam
Dores, deputados, senadores
E há quem desonra seus papéis.

Há paladares por palavras
Escondidas, presas em nichos.
Ações sem palavra, sem nexo
Sem intenção de sexo
Mesmo sem palavras pra isso.

Falo, não falo, me calo
Daquilo que sei, não sei
Penso em palavras primeiras
Dizer-te que a amo e que quero:
Palavras mais verdadeiras.

E ela disse o que pensava
Naqueles tempos de maus dias.
Calaram seus vermelhos lábios
Nas torturas sem palavras
Num mundo mudo sem poesias.



quinta-feira, 14 de maio de 2009




MEU TUDO, MEU FIM
(Jayme Jr.) - Copyright


Só sei que te amei como um louco
Enquanto de longe me amavas
Ao menos assim parecia
Já que há ilusão, letargia
Nos sentimentos distantes.

Depois eu te amei por aqui
Através de versos, reversos
Que eu criava ao ver teu rosto
Ao sentir, em viver o teu gosto
De desfiar o que eu lhe tecia.

Deletei-me de um mundo só meu
Pois você nunca veio pra dar-me
A certeza que eu precisava
De que você também me amava
De que querias tudo o que dei.

Por fim consegui me enganar
Fechei-me e virei-me pro sul
Esperando um norte qualquer
Olhos dos seus... outra mulher
Num mundo que eu pudesse existir.

Vês? Não é o momento agora?
Deixe a infante ir embora!
Não peço que caias em meus braços
Não peço que sigas meus passos
Só queria que fosses meu fim.



quinta-feira, 30 de abril de 2009

UMA ÚLTIMA PERGUNTA
(Jayme Jr.) - Copyright


Quem é você
Que não veio
Que não ficou
Que foi-se?

Mas quem é você
Que passou e deixou
Algo que não há
Algo que não houve?

As canções estão vazias
E as flores hoje sem cor
Sempre foram em preto e branco
De um perfume sem efeito.

Quem é você
Que nem ainda é
Alguma coisa, algum amor
Que nem sabe direito?

Mas quem é você
Que pretende ficar
Mesmo que eu não queira
Que quer não sei onde estar?

A cidade está deserta
Igual ao meu coração
Sei, se estivesses assim aberta...
Valeria a intenção.

Mas afinal quem é que...
Que pôde dizer: "esse amor é meu"!
Quem que o encontrou e o abraçou
E que não voltou ou se perdeu?

sábado, 25 de abril de 2009

OS ABSTRATOS E O CONCRETO
(Jayme Jr.) - Copyright


O que existe é o sol, a lua
As estrelas, a areia e o mar.
O que existe é a rocha, o chão

O amar, o amei, o conjugar.

Entre essas serras imponentes

Há neblina, nuvens acima
Chuva que cai e pra lá vai.
E num verso que pensei, rima!

O que existe é ouro nas pedras
As chagas e o mercúrio cromo.
O que existe? Jóias no corpo!
E está n'alma os ais do abandono.

Entre essas ruas da cidade

Há máquinas, cães mais humanos
E nas fábricas do distrito
Há um só grito! Perdas e danos!

De tudo que se vê concreto
O abstrato é esse espírito
É essa calma, essa histeria
Tudo o que eu no seu eu transpiro.



domingo, 29 de março de 2009

AMIGOS E TRENS
(Jayme Jr.) - Copyright


Meu coração, minha vida
Um frenesi de muita gente
Uma estação, uma corrida
De amizades de repente.

O que é mesmo importante
É saber manter o amor.
O seu defeito é um informante
De que há cores e essa cor.

O que dizer de sacrifícios?
Quando é preciso aceitar
Das mãos unidas os seus riscos
O estranho jeito dela amar.

E ter coragem de fazer
O que está ao alcance meu
Da ventania socorrer...
Sentarmos juntos, nós e Deus.

A minha vida é o mundo
E esse mundo é uma estação
O seu amor de alguns segundos
Pode vir sempre ao coração.

Esse meu mundo é um vaivém
Que os trouxe pra eu saber
Que em meio a esses desse trem
No vaivém veio você.


segunda-feira, 23 de março de 2009

INDAGAÇÕES
(Jayme Jr.) - Copyright


Ás vezes me indago.
Ás vezes indago
Sobre pessoas.
Seus afazeres
Suas razões.

Transporto-me então
Psiquicamente
Em suas essências.
Em suas carências
Em seus corações.

Pareço ser elas
E na verdade o sou.
Porque seus problemas
Porque seus quereres
São sim meus dilemas.

Eu só: é só por mim
Que fico a pensar.
Que chego a chorar
Que choro por mim
Por essas algemas.

Mas se penso com elas
Se transporto-me à elas
Sou bem mais capaz
De o mundo abraçar
Paz encontrar, achar essa paz.

Também sindo a lida
Suas alegrias.
As suas escolhas
As suas mudanças...
Tão repentinas.

Ser mais humano!
Sendo eles eu sou eu.
Então posso entender
As coisas da vida
Coisas do mundo, a coisa de Deus.

Ás vezes indago
O preço a ser pago
Quando no fim.
Indagando em versos
Indago o Universo em mim.


sábado, 21 de março de 2009

ESPASMOS
(Jayme Jr.) - Copyright


Há momentos de espasmos
Em que algo sagrado
Morre dentro de nós.
Um ruído, um estampido
Um desmanchar no ar... na voz.

Na voz que fala: algo se cala
Leva-nos ao que não queremos
Parece que voltamos assim
Ao ínicio, começo de tudo
Ao estado mudo de um fim.

Um fim que não acaba
Enquanto desfalecidos...
Então queremos voltar
Desesperadamente: a volta!
E a alma se volta pro mar.

Pro mar do Deus infinito
Onde sabemos estar a paz
E fazemos valer a crença
A fé que nos foi incutida
Até que a razão vença.

Vença a desesperança
No escondido dentro de nós
Na essência em nós que quer bem
E conseguimos sem saber de muito
Entender a desfortuna além.

Desafortunados além... sim!
Além do surto que faz os surdos...
Acontece sem que haja reparos
Acontece à quem vive, à todos...
À quem nasceu nesse mundo de espasmos.


terça-feira, 17 de março de 2009

ENCONTRAR-TE
(Jayme Jr.) - Copyright


Por que assim?
Se eu sempre te amei?
Se sempre te deu
Versos, universos
Esse que ama letras?

Quantas gavetas, janelas
Será preciso abrir
Pra poder te encontrar?
Te ver passar, te entender?
E sei bem ser você

O ser como sei que é
Linda, infinda, lapidada
Um tanto pirada, pirata
No alto mar da paixão
Do mundo que criei.

Sim, hoje bem sei
Ser impossível pra mim
Desmanchá-lo, desfazer-me.
Chego a acreditar
Que o que se cria, é!

Por onde o vento, o tempo
Poderá levar-me à você?
Deve existir um meio
O mapa por inteiro
Que me faça chegar, ver

Que o vento, o tempo
Entre nós é algoz
Que sua alma inda tão fina
Tão incapaz ou capaz
Poderia me surpreender.

Sim, eu sei você é mais
Muito mais do que parece
Você é tudo que eu senti
Ao pousar naquele dia
Naquela pose, fotografia.


segunda-feira, 2 de março de 2009

SÓ MAIS UM DIA
(Jayme Jr.) - Copyright


Eu devia estar chorando
Talvez sozinho num canto
Mas algo em mim é mais forte
Uma alegria sopro de anjo
Aquém da vida, além da morte.

Eu devia ao menos lamentar
Murmurar, coisa assim, sei lá...
Mas tudo sorri pra mim agora
E a ira dos anos não está...
Não vejo mais, aqui não mora.

Vejo que mudei, e muito
Que não sou mais o mesmo ser
A vida ensina tantas coisas
Como: perder não é perder!
Ganhamos o que não esperamos.

Fico então a reverenciar
O ancião que vive a muito mais
Pois se eu, lustroso, galhardo ainda
Inda me encontro perto do cais
Onde estarão estes de aura tão linda?

Hoje eu devia estar triste, não estou!
Ah quando vier dia de alegria!
Ah quando então em todos os tempos
Estar eu além do mal do dia
Serei menos denso. Serei como ventos.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A CALMA DA VIDA
(Jayme Jr.) - Copyright



Se temos que morrer nessa vida
Que vivamos então ao máximo
Que fluamos com energia total
À todos que estão e também se vão
À tudo que venha como um bem ou mal.

Se durante a vida temos que chorar
Que depois de expelir a tristeza
Que depois de com lágrimas regar
Cada esperança que não se intimida
Venhamos a sorrir, dar as mãos, amar.

Porque uma poesia não vem do nada
E quando vem dum choro melancólico
Vem ela sim com especial missão
De secar as lágrimas dos rostos
Levar às fomes certo tipo de pão.

Porque os sonhos se realizam sim!
E quando alguém que amastes foi embora
É porque um milhão de amores virão
Sobre ti, tua cabeça; que nem pétalas
Derramadas por alguém dum avião.

Se temos que esperar uma vida inteira
Por aquele, aquela, aquilo outro:
A espera também faz parte do mundo
Silencioso que não conhecemos
Com seus mil botões desabrochando tudo.

E o que é a espera? Mesmo de anos!
Se a própria vida esperou por milênios
Para harmonizar, raiar sua beleza
Pra nós que estamos a aprender
A amar, ser o que se quer, ter a leveza.



COISAS
(Jayme Jr.) - Copyright


Meu poema que não é meu
Meu caderno de escrevê-los
Meu caminho pela vida
Que traçei tentando moldes
Que só pude ser eu mesmo.

Meu sonho que não é meu
Minha dor por ter perdido.
Minha alegria por descobrir
Que se perde o que se quer perder
Que se tem o que não se espera ter.

Minha casa que não é minha
Meu celular que só recebe
Minha cachorra que ri pra mim.
E risos silenciosos agora
Depois que chorei tanto de se ver.

Meus anos que não são meus
Minha semana de duas horas
Minha aliança numa caixinha
Guardada porque aliança é pacto
E cactos matam a sêde onde há.

Meu amor que não é meu
Minha paixão por todas elas
Meu corpo hoje quase etéreo
Porque todos se transformam
Tudo! A hora e a porta de se passar.

Tudo que é meu não é meu
Inda não sei o que é ter posse
Até a alegria da vida em mim
Extravasa-se de mim pra fora
Até meu eu é um eu que não é meu.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

LÁSTIMAS
(Jayme Jr.) - Copyright


Folhas secas ao chão descansam
E não servem pra mais nada
Essa enxurrada em meu coração
Sem que eu queira aduba dúvidas.

Ah, como queria não relembrar
No que já foi, já era! Páginas!
Mas aprendi que não é assim
Sempre as marcas, memória, lástimas.

Ficarei calmo depois da calma
Esperando que algo em mim fique certo
Ah, que as lembranças de nosso passado
Suba, suma, atravesse este teto.

Não é justo que você ainda esteja
Em cada célula de meus pensamentos
Em cada lágrima distraída em saber
Que toda tristeza é você regressando.

Qual é a vantagem em ser sensitivo
Ou mesmo ser o ser do raciocínio?
Pois o amor, essa identidade nossa
Escapa e atormenta á nós que sentimos.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

ÚLTIMA POESIA
(Jayme Jr.) - Copyright


Eu já fiz de tudo
Não consigo deixar
De gostar de amar
De penar por quase nada.

Eu nem sei o que quero
O que espero disso que há
Aqui em mim, no sem fim
Solto no ar, preso por ti.

Não sei o que será de mim
Só que sair não consigo
Nem ficar só comigo assim
Não vivo se vejo teu rosto.

E quando vejo teu corpo
E quando ouço teu riso
Que não ouço, que não vejo
Por dentro me petrifico.

Já disse pra mim, pra eles
Que não mais queria
Que não sofreria mais
Já que no mais é só ilusão.

Eu já disse ao céu...
E aquilo que mais me dói
É tu não saberes
O que fazer, não fazer.

Ah! Se tu fosses mais tempo
Ao menos, menos pouco
E deixasses o muito ao vento
Eu poderia trazer o todo.

Tu longes me deixas cego
Fico a desconhecer teu amor
Procuro o meu que não te nego
E abraço triste o teu descaso.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

ESSA VIDA
(Jayme Jr.) - Copyright


A vida é sol
Frágil e também é escolta.
A vida é um Everest
É um Gólgota.

Apresenta-se como estrada
É um bêco, ladeira
É um mar amargo
Um rio doce sem água sem beira.

Nela, aquela luz
Que tantos falam que se tem
São luzinhas de árvore de Natal
Com hora pra brilhar e à quem.

Vai ela se esvaindo
Misturando-se ao ambiente
Mais preferida que a morte
Sua inimiga, amiga de eternamente.

Vai ela sendo retirada
Como se essa, a deste
Pertencesse á aquele
Ao desastre, á peste.

A vida também é lição
Para quem vive, bebe dela
Pra quem não vivia e passa a viver
Ao ver que também é suave, singela.

Apresenta-se, esconde-se
Dá de presente, toma e sai
Multiplica, subtrai, soma
Se eleva com áqueles, com estes cai.

Vai ela ensinando o sábio
Cegando ainda mais o estulto.
É ela a somatória de ais
Carbono, minerais, Fôlego oculto.

Vai ela fazendo-se conhecer
Na vida dos que são de verdade
Na labuta de pessoas de luta
Ponta do iceberg no insight.

Ela é o meu, o teu vício
O início e o fim de algo bom
Ela é o saber, o não conhecer
Do que será depois, do que será do tom.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

IDA E VOLTA
(Jayme Jr.) - Copyright


Ter que voltar para apanhar
As lágrimas, as páginas ao chão.
As lágrimas de quem delas precisará.
As páginas talvez pra eternizar.

Ter que voltar para chorar
De novo no caminho que se passou
E alí talvez durante a tempestade
Lutar, ter que ficar por quem voltou.

Ter que acreditar porque é assim...
Meu coração vazio, cheio de fé.
Tudo rever e as arestas podar
Daquilo que nem fui eu a alí plantar.

Ter que voltar para seguir novamente
E voltar de novo se assim preciso for
Verdade é que eu deveria enfrentar
Uma vez só o que se tem que aqui passar.

Na chegada ter que sentar, sorrir
Quem sabe ter a esperada folga
E a liberdade por fim lá bem mais alta
Pra quem voltou, chegou e por ela volta.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ANNA CAROLINNA
(Jayme Jr.) - Copyright

O que dizer, escrever de você
Se o infinito não cabe no papel?
Se pensar no tudo é pensar em ti.
E o que dizer ao vento, ao mar, ao céu
Sobre você que se acredite?

Como traduzir esse sorriso
Numa linguagem que se entenda enfim?
O que dizer, escrever de seus passos
Que passam tão depressa por mim?
Ou de coisas mais sérias: Eu e você!

O que pensar? Como decifrar-te
Se diamantes são eternos mistérios?
Se as estrelas são estrelas e pronto!
Se o azul e o lilás são cores e ponto!
Não há como contar sobre você.

Como chegar diante do que é você
Com o pouco que tenho? Não tem como!
Porque a energia que você irradia
Não tem noite, não tem dia ou hora
Ela é você e com você aí mora.

Mas vou arrumar um jeito sim!
De adentrar o portal do seu mundo
De juntar meu sorriso com o teu
Sorriso que é riso o tempo todo
Que é capaz de transformar o meu.

Porque você é um mundo! É impossível
Abraçar-te te conter por inteiro
És como a diferença que existe
Entre palavras a serem escritas
E o papel, a pena, o tinteiro.




segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

POESIA E O CAPITAL
(Jayme Jr.) - Copyright



E eu que estive a pensar
Que pudesse ficar sonhando
Que pudesse ficar dormindo
Ignorando, não assim sentindo
A dor, os desejos de um outro mundo.

E eu que pensava que ninguém visse
Sentisse do jeito que sentem
Do jeito que até eu passei a sentir
Quando acordei do dormir
Da façanha de permanecer sonhando.

Agora sei que o sol nasce
E põe-se gastando energia
E que nós; eu que sentia
Que sonhava e vivia sonhando
Não posso gastar! Sonhar é jogar fora!

E a realidade de verdade
De verdade ao menos aqui
É projetada, construída dalí
Onde sonhos são males do dia
Como bons sentimentos, poesia.

Transformaram-me, me transformei
Acordaram-me, enfim acordei.
Deixem-me pois levantar-me, adentrar
No real que não é bem real
Real doença do sono, o Capital.



INEXISTÊNCIA
(Jayme Jr.) - Copyright


Coisas que eu quero falar
Talvez gritar, escrever
Mas é como se hoje
Eu tivesse nascido mudo
Sem voz, sem verbo, sem mundo.

Coisas que eu queria dizer
Bem na noite de hoje
Na hora, no momento
Agora em que o coração quer.
Nada vem ou vai, nada sai.

Por mais que eu tente ver
Talvez projetar em mim mesmo
Quem sabe a imagem de um balão
Solto no ar leve a subir
Eu só consigo inexistir.

Quem sabe amanhã ou depois
Ou quem sabe daqui à pouco
Eu esteja bem melhor... mais vivo
Capaz de ver, de olhar
O que sei: irá se findar.

Espero que num belo dia
Isto que só em nós acaba
Mostre-me, ensine-me um jeito
De prender no peito a existência
De fazer, de me fazer pra sempre.



terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O JARDIM
(Jayme Jr.) - Copyright


Eu quero um jardim na primavera
Com toda sua luz, suas cores
Seu cheiro - cheiros que inebriam
Seu envolver em minh'alma, sua calma.

O jardim, os jardins na primavera
São a prova mais nítida de que há paz
Paz na turbulência, nos espaços sós
Paz que se vê, que quem quer faz.

Qual é a mais linda flor do jardim?
Será enfim que já sabemos ser todas?
Irmãos são o amor e a fraternidade
São um só a humanidade e flores.

Tem que ter chegado a esperada Era
E como a primavera tem seu tempo
O ser racional também tem um vento
Que sopra levando as cinzas; refazendo.

A vida tem que ser mais importante
Do que a morte no centro, no morro
Do que os tanques lá na faixa de Gaza.
A vida é primavera em rebento.

Que seja a Terra então um Jardim
De belas flores e odores suaves
Onde se possa reconhecer não só uns
Mas todos os comuns que nela viajam.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

VOCÊ É REAL
(Jayme Jr.) - Copyright


Eu sei que você existe
Mas as vezes parece que não!
É como o coração que está a bater
As vezes é fantasioso
Dá pra sentir, mas não dá para ver.

Se ao menos você fosse um pássaro
O teu corpo, o teu ser em si
Porque um pássaro é para os olhos
E seus olhos jamais eu vi
Somente aqui, por bancos de dados.

As vezes penso que é tudo ilusão
As horas, os dias que se passaram
Sua aparição numa foto pra mim
E esse mundo virtual, paralelo...
Sem começo, sem meio... e o fim.

Eu sei que você existe
És alguém na cidade, na noite
Que ri, chora, que ama também.
Sim, já ama a menina mulher
Só não dá pra saber a quem...


Eu quero te ver realmente
Teu olhar, teu sorriso, ouvir tua voz
Num abraço apertá-la em meus braços
Transformar nosso beijo em pra sempre
Retornar para casa em seus passos.



domingo, 4 de janeiro de 2009

RODA CONTÍNUA
(Jayme Jr.) - Copyright


Tudo continua
O tempo o vento
A lua, as ruas a passar.
Tenho que correr aqui.
Tenho que me apressar.
Porque tudo continua
E nem um segundo volta.
A minha hora, a tua
Nada retrocede
E aquilo que impede
Só pode me fazer parar
Fazer-te parar!
Isso se deixarmos
Se duvidarmos e insistirmos
Em assistirmos somente.
Tudo continua.
Se pararmos
Se chorarmos, se perdermo-nos
Tudo continua.
Então se acontecer mesmo
O parar, o acirrar
Ainda que não viável
Que seja pela beleza
De na hora certa ou incerta
Na roda temporal aberta
Voltarmos com mais força
Com o saber do que foi, do porque
Com o Novo capaz
De mudar a nós mesmos
E a quem gira junto também
Porque tudo gira e é capaz de girar
Porque tudo continua
No coração, nos corações
Na roda, na sua, na rua.


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

VOCÊ
(Jayme Jr.) - Copyright


Você é meu amor
Querendo ou não
Minha escolhida, minha querida
Meu coração.

Você é minha viagem
Ao país felicidade
Minha ida e volta
Ao máximo de alegria, à felicidade.

Você é meu sonho lindo
Minha alma rindo sem parar
Minha alameda depois de chuvas
Uma das luvas, meu par.

Você chegou sem avisar
Passou a ser meu sorriso
Minha vontade de viver
Um dardo certeiro, o meu adido.

Você é meu amor
Querendo ou não a vida sofrida
A idade que ficou pra trás.
Você vazou-me, partiu-me, mas...

Você é o que é pra mim
Tudo que foi, do que se espera
Serás sempre meu amor.
Se preciso for, fico á espera.