domingo, 29 de março de 2009

AMIGOS E TRENS
(Jayme Jr.) - Copyright


Meu coração, minha vida
Um frenesi de muita gente
Uma estação, uma corrida
De amizades de repente.

O que é mesmo importante
É saber manter o amor.
O seu defeito é um informante
De que há cores e essa cor.

O que dizer de sacrifícios?
Quando é preciso aceitar
Das mãos unidas os seus riscos
O estranho jeito dela amar.

E ter coragem de fazer
O que está ao alcance meu
Da ventania socorrer...
Sentarmos juntos, nós e Deus.

A minha vida é o mundo
E esse mundo é uma estação
O seu amor de alguns segundos
Pode vir sempre ao coração.

Esse meu mundo é um vaivém
Que os trouxe pra eu saber
Que em meio a esses desse trem
No vaivém veio você.


segunda-feira, 23 de março de 2009

INDAGAÇÕES
(Jayme Jr.) - Copyright


Ás vezes me indago.
Ás vezes indago
Sobre pessoas.
Seus afazeres
Suas razões.

Transporto-me então
Psiquicamente
Em suas essências.
Em suas carências
Em seus corações.

Pareço ser elas
E na verdade o sou.
Porque seus problemas
Porque seus quereres
São sim meus dilemas.

Eu só: é só por mim
Que fico a pensar.
Que chego a chorar
Que choro por mim
Por essas algemas.

Mas se penso com elas
Se transporto-me à elas
Sou bem mais capaz
De o mundo abraçar
Paz encontrar, achar essa paz.

Também sindo a lida
Suas alegrias.
As suas escolhas
As suas mudanças...
Tão repentinas.

Ser mais humano!
Sendo eles eu sou eu.
Então posso entender
As coisas da vida
Coisas do mundo, a coisa de Deus.

Ás vezes indago
O preço a ser pago
Quando no fim.
Indagando em versos
Indago o Universo em mim.


sábado, 21 de março de 2009

ESPASMOS
(Jayme Jr.) - Copyright


Há momentos de espasmos
Em que algo sagrado
Morre dentro de nós.
Um ruído, um estampido
Um desmanchar no ar... na voz.

Na voz que fala: algo se cala
Leva-nos ao que não queremos
Parece que voltamos assim
Ao ínicio, começo de tudo
Ao estado mudo de um fim.

Um fim que não acaba
Enquanto desfalecidos...
Então queremos voltar
Desesperadamente: a volta!
E a alma se volta pro mar.

Pro mar do Deus infinito
Onde sabemos estar a paz
E fazemos valer a crença
A fé que nos foi incutida
Até que a razão vença.

Vença a desesperança
No escondido dentro de nós
Na essência em nós que quer bem
E conseguimos sem saber de muito
Entender a desfortuna além.

Desafortunados além... sim!
Além do surto que faz os surdos...
Acontece sem que haja reparos
Acontece à quem vive, à todos...
À quem nasceu nesse mundo de espasmos.


terça-feira, 17 de março de 2009

ENCONTRAR-TE
(Jayme Jr.) - Copyright


Por que assim?
Se eu sempre te amei?
Se sempre te deu
Versos, universos
Esse que ama letras?

Quantas gavetas, janelas
Será preciso abrir
Pra poder te encontrar?
Te ver passar, te entender?
E sei bem ser você

O ser como sei que é
Linda, infinda, lapidada
Um tanto pirada, pirata
No alto mar da paixão
Do mundo que criei.

Sim, hoje bem sei
Ser impossível pra mim
Desmanchá-lo, desfazer-me.
Chego a acreditar
Que o que se cria, é!

Por onde o vento, o tempo
Poderá levar-me à você?
Deve existir um meio
O mapa por inteiro
Que me faça chegar, ver

Que o vento, o tempo
Entre nós é algoz
Que sua alma inda tão fina
Tão incapaz ou capaz
Poderia me surpreender.

Sim, eu sei você é mais
Muito mais do que parece
Você é tudo que eu senti
Ao pousar naquele dia
Naquela pose, fotografia.


segunda-feira, 2 de março de 2009

SÓ MAIS UM DIA
(Jayme Jr.) - Copyright


Eu devia estar chorando
Talvez sozinho num canto
Mas algo em mim é mais forte
Uma alegria sopro de anjo
Aquém da vida, além da morte.

Eu devia ao menos lamentar
Murmurar, coisa assim, sei lá...
Mas tudo sorri pra mim agora
E a ira dos anos não está...
Não vejo mais, aqui não mora.

Vejo que mudei, e muito
Que não sou mais o mesmo ser
A vida ensina tantas coisas
Como: perder não é perder!
Ganhamos o que não esperamos.

Fico então a reverenciar
O ancião que vive a muito mais
Pois se eu, lustroso, galhardo ainda
Inda me encontro perto do cais
Onde estarão estes de aura tão linda?

Hoje eu devia estar triste, não estou!
Ah quando vier dia de alegria!
Ah quando então em todos os tempos
Estar eu além do mal do dia
Serei menos denso. Serei como ventos.