segunda-feira, 26 de março de 2012

AMOR, AMOR... (Jayme Cardozo Jr.)


Amor, amor...
quem o interrompeu,
que quiz fazê-lo se calar?
Só conseguiu dos deuses
inibí-lo... fazê-lo mais:
amor e mar!
Amor, amor...
Esqueceram-se eles
os que o interromperam
que além dos deuses
há também o Deus dos deuses...
o Deus do tudo, do lado
do lado esquerdo do peito
o Deus do amor.
Amor, amor...
não adianta...
vamos assim,
por ele feitos...
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quinta-feira, 22 de março de 2012

DIA E NOITE - (Jayme Cardozo Jr.)

Amanheceu
o dia,
feito canção.
Um dia,
de sons
corações paixão.
Anoiteceu
estrelas,
a lua nua.
Astros
no breu,
encontro a sua.
É madrugada
as bocas,
se calaram.
O dia vem
amanhecer,
os que se amaram.




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sábado, 17 de março de 2012

SUTILEZA - (Jayme Cardozo Jr.)

"Onde está aquela moeda?" Dizia a si mesmo Marcos Tito, abrindo gavetas, subindo em cadeiras para ver por de cima de armários, guarda-roupas. Sabia que a moeda que Ivana lhe mostrara e que tanto falara, destacando-a das outras de sua coleção era aquela que a pouco vira na internet, a moedinha inglesa de ouro.
Na coleção não estava. Tinha que estar em algum lugar. "Ela não pode ter levado-a."
Ela, viajando a trabalho, nem imaginava que naquele momento em sua casa, Marcos Tito revirava tudo para encontrar a tal moeda valiosíssima.
Marcos Tito viu num site de numismática que a moeda na verdade valia o triplo do que Ivana lhe havia dito. Realmente valia uma fortuna.
"Ah, se eu achar essa moeda eu estou rico!" Era o que dizia a si mesmo Marcos Tito. "E ela pensando que valia menos!" - pensava.
Ivana, descansando no hotel em que se hospedara no centro da cidade de Campinas, resolveu ligar para Marcos Tito, o namorado não de muito tempo, na verdade de três meses de relacionamento; ligaria para saber se estava tudo bem com ele, com a casa, pois ele ficaria na casa naqueles dias em que Ivana estaria em Campinas.
O telefone tocou por várias vezes. O rapaz vira na bina que era Ivana. Não quis atender, pois seus pensamentos estava em econtrar aquela moeda. Não conseguiria, pensara rapidamente, conversar com Ivana naquele momento em que fazia algo contra ela, na casa dela, sem que ela soubesse disso. Se encontrasse aquela moeda não pensaria duas vezes em tomá-la pra si, e procuraria quem a comprasse.
No momento em que desligou o telefone no quarto do hotel, Ivana pôs-se a pensar em Marcos Tito; no pouco tempo em que o conhecia de verdade mesmo. No pouco tempo de namoro. Na paciência que tivera em aceitá-lo como seu namorado, um arquiteto recém formado, que nem tinha ainda um trabalho fixo.
Pensou também na confiança que depositara no rapaz que lhe tocara tanto o coração. Em como permitira que ele ficasse tomando conta de sua casa naqueles três ou quatro dias em que faria de tudo para fechar duas vendas de fazendas a empresários daquela cidade.
Vitoriosa, voltou para sua cidadezinha. Conseguira fazer as duas vendas. Tivera uma comissão daquelas!
Nunca comentara diretamente com Marcos Tito sobre seu trabalho, no que se referia ao ganho de comissões, mas dessa vez falaria. Não via a hora de chegar e contar-lhe tudinho, do seu ganho com os negócios feitos em Campinas; com prazer contaria ao namorado que a comissão foi tão boa que se não vendesse nada nos próximos seis meses, assim mesmo não teria falta alguma de dinheiro.
Queria também como uma surprêsa, emprestar a Marcos Tito o dinheiro que ele tanto dizia precisar para montar seu lugarzinho de projetos.
Conseguira falar com Marcos Tito pela última vez, no dia anterior a sua chegada. Percebera algo de estranho no namorado. Ele parecia bem nervoso.
Chegou em casa e teve um choque! Marcos Tito não estava, nem se encontrava mais no guarda-roupas algumas vestes que ele trouxera para sua estadia por aqueles dias. Não havia mais nenhum dos pertences do namorado no quarto, no banheiro ou em qualquer parte da casa.
Correu para o quarto de hóspedes, levantou o carpete num dos cantos do quarto, removeu três tacos do assoalho e numa cavidade do chão retirou uma caixinha de madeira, tipo bauzinho. Abriu-o e nada encontrou, a caixinha estava vazia.
Ficou muito triste ao perceber tudo que acontecera enquanto estivera fora. Depois começou a rir, a rir sem parar.
Falara tanto daquela moeda inglesa, centenária e valiosa a Marcos Tito, mas não lhe disse que aquela era só uma imitação que ganhara de um ex-namorado também como ela, numismata.
Naqueles dias primeiros do namoro com Marcos Tito, não sabia porque, mas sentia no seu íntimo que deveria testar o rapaz. Ainda que se entregara de corpo e alma ao moço, sentia que não podia confiar totalmente nele. Alguma coisa no jeito do rapaz em alguns momentos, a fez tomar aquela atitude de testá-lo.
Chamou o chaveiro para trocar a fechadura da porta da frente e reparou que tristeza mesmo só sentira naquele minuto em que abriu a caixinha. Agora estava aliviada e contente.
"Por sorte aquele ladrão ficou tão fascinado com o valor que a moeda verdadeira tem que não levou mais nada da casa. Só a moeda de metal mesmo!" - disse ela a si mesma, rindo e feliz por estar livre e preparada para conhecer outro alguém.
"Agora alguém bacana e honesto heim Rafinha !" - disse ao anjo imaginário que a acompanhava desde a infância!




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MARI - (Jayme Cardozo Jr.)


Era sempre assim quando chegávamos ao Shpping! Mari simplesmente deixava de ser Mari. A 'espanhola' dura na queda, sisuda de poucas palavras sumia, e renascia como das outras vezes ali, a 'espanhola' com cara alegre, sorriso para tudo; e duas, até três vezes na praça de alimentação antes e depois do cinema.
"Olha aquela sandália, Gilbertinho!" "Olha esse vestido, Gilbertinho!" "Ah, eu sempre quis uma bolsa dessa!" - ela com seu sotaque hispânico.
Quem ficasse lá embaixo a observar quem descia pela escada rolante, nesse momento veria uma uma mulher forte, extremamente alta, na faixa dos quarenta e cinco anos, de pela branca e cabelos negríssimos descendo com sacolas penduradas pelas mãos e braços. Era o dia, era a tarde de Mari.
Até já dentro do carro, ia Mari comentando o filme, falando do cinto de couro ou do vestido que não estava muito caro... falando, falando...
Em algumas vezes quando a chamavam-na de espanhola, o que era comum, ela respondia: "Espanhola não lindo! Basca! Eu sou basca!"
Mari apareceu na loja de meu pai procurando emprego quando eu ainda era bem garoto. Conseguiu o emprego e depois de alguns anos transferiu-se para nossa casa tornando-se a secretária de meu pai, a pessoa de confiança do velho. Era o braço direito dele, principalmente em época de eleições, correndo pra lá e prá com a candidatura de meu pai que nessa época já não se elegia vereador por duas eleições consecutivas.
Quando nossa mãe morreu, Mari mostrou-se definitivamente ser a pessoa perfeita para estar ao lado de meu pai. Cuidou de tudo dando a ele e a nós filhos, apoio e aquele carinho matriarcal basco, um tanto quanto rude, é verdade, mas verdadeiro, sem fingimentos. Foi, tenho certeza, a grande responsável pela volta à lucidez de meu pai, que caíra em profunda depressão com a perda de nossa mãe. Por quase um ano inteiro meu pai ficou emocionalmente abalado. Mari além de resolver muitos dos problemas: loja, casa, problemas que surgiam por conta da situação emocional de meu pai, também, acredito eu, dia a dia ia levantando a autoestima dele, com suas palavras de ânimo e também muitas vezes com suas repreensões. Repreensões estas, naquele estilo basco dela, sempre em voz alta, para com aquela "entrega emocional", como ela dizia. Ele, estando naquela situação, ficava quieto aceitando de certa forma a repreenção incentivadora de Mari, e assim acho que foi se aprumando, voltando mesmo a ser o nosso velho pai, o velho comerciante com espírito político de antes.
Certa vez, Mari chegando a nossa loja para falar com meu pai teve uma surpresa ao adentrar o recinto.
Meu pai e eu alguns segundos antes dela entrar fomos rendidos por dois pivetes armados com um revólver, que aos berros queriam o dinheiro do caixa. Meu pai, depois disse que jamais em quase cinquentas anos no comércio fora assaltado, mesmo sempre trabalhando no comércio de São Paulo.
Pois bem, mas o que aconteceu em seguida foi surpreendente! Mari entrou e nem demostrou susto. Com seu tamanho descomunal sem que se persebesse direito caiu em cima dos pivetes e depois de num tempo indecifrável de rápido, tomou o revólver dum deles e dominou-os pelo pescoço, um em cada braço. Foi fantástico, assustador e depois cômico.

Lembro-me como se fosse hoje, abril de 1983, de quando a Polícia Civil esteve na nossa loja juntamente com um representante do consulado espanhol a procura de Mari. Acharam-na em casa. Levaram-na sem nos dar muitas explicações, a não ser a meu pai que teve que comparecer a sede da polícia para depor. Ele também nunca nos deu detalhes do que realmente aconteceu, de quem na verdade era Mari, falava às vezes somente sobre o óbvio: Mari, basca, Espanha, terrorismo... Ele também sempre comentava conosco, com tristeza no olhar que Mari agora extraditada para a Espanha, jamais voltaria a estar em nosso meio.



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sexta-feira, 16 de março de 2012

A CAIXA DE PANDORA - (Jayme Cardozo Jr.)


--- Eu quero mudar o mundo, sim! (ele em tom de brincadeira)
--- Mudar o mundo é coisa pra jovem. Aliás é coisa de jovem. Quando se é jovem vovô é que se tem essa idéia na cabeça. Eu também quando era jovem queria mudar o mundo. (risos)
--- Mas você ainda é jovem minha filha.
--- Sim... mas uma jovem com mais de trinta.
--- Esse mundo está muito diferente do mundo do meu tempo, do mundo da época em que eu tinha mais de trinta anos.
--- É eu sei vovô! mas a gente tem que aceitar o mundo, as mudanças do mundo... o sr. não acha isso né?
--- Não, não acho! Aceitar a mudança é uma coisa, agora aceitar, se conformar com essa sem-vergonhice toda que está aí, é outra coisa completamente diferente.

--- E como o sr. vai mudar o mundo vovô?
--- Estou fazendo um vídeo aqui e vou colocar na internet...
--- Deixa eu ver...
--- Não Dora, ainda não está pronto.
--- E o sr. acha que esse vídeo vai mudar o mundo?
--- Tudo bem! Pode até não mudar o mundo, mas quem vê-lo, o jovem que vê-lo, vai ao menos saber como era o mundo, como eram as pessoas a sessenta, noventa anos atrás.
--- Sei vovô! O sr. está sempre me dizendo como era o mundo no seu tempo...
--- É, então... você não vai mesmo querer ver o vídeo... você já sabe tudo... já está enjoada de ouvir de mim essas reclamações, que na verdade são afirmações. (sisudo)
--- Tá bom, vovô, tá bom vovô.
--- Você está cansada de saber por exemplo que no meu tempo as pessoas se respeitavam mais. Eram mais sociais... e não existia internet, redes sociais, não...
--- Sei...
--- Bate-papo era cara a cara, na varanda da casa, com direito ao cantar dos pássaros e visão da natureza mesmo se estivéssemos na casa da cidade.
--- Legal isso, vovô.
--- Não ficava parecendo que faltou algo nessas interações que tínhamos cara a cara, entendeu... como agora acontece por meio dessa Caixa de Pandora, entendeu? A gente se fazia entender mesmo não tendo muito dom para isso... às vezes um olhar em meio a conversa tirava dúvidas... como deve ser até hoje se fizermos isso, se conversarmos de verdade com o interloctor, cara a cara.
--- O sr. está me saindo um grandissíssimo crítico da Era atual, isso sim. (risos, mexendo na estante)
--- Acho que naquele tempo as pessoas não tinham tantos problemas na cuca como têm agora. divã era a roda de amigos, o divã se fazia ao receber visitas...
--- Bom tempo mesmos aqueles heim vovô?
--- Havia mais confiança uns nos outros, e menos desconfiança. Até o forasteiro estranho merecia nossa confiança. Quem não merecia nossa confiança era bandido, e bandido não se misturava de forma alguma aos nossos grupos naquelas horas de descontrações que os formávamos. Hoje por aqui, por esta janelinha...
--- A Caixa de Pandora? (risos)
--- Sim a Caixa de Pandora! Por aqui, pela Caixa de Pandora, você nunca sabe direito quem é quem, se quem diz ser quem é, é mesmo quem se diz ser... você acaba até descobrindo que quem você achava que era assim, na verdade é assado. (risos)
--- O sr. me faz rir desse jeito vovô!
--- Olha, quer saber de uma coisa Dorinha? O mundo novo, essa certa união de todos e de tudo através daCaixa de Pandora tem lá suas vantagens, mas pra mim, as desvantagens são maiores. Estou aqui, conversando com o Eurico, com a Isa, e tem até um jovenzinho aqui querendo fazer uma entrevista comigo para um trabalho de escola... e quer a todo custo que essa entrevista seja por aqui, por bate papo... ah, tenha santa paciência. Já disse a ele pra vir aqui em casa que fazemos a entrevista tomando um chimarrão, mas que nada, ele já me encheu aqui com perguntas da entrevista... quer a entrevista pela Caixa de Pandora!
--- Mas olha vovô, acho melhor o sr. encerrar aí com a Caixa de Pandora, viu! Não se esqueça, o sr. que será homenageado na Universidade amanhã cedinho... tem que descançar!
--- Você está certa! Só vou convencer esse moço a uma entrevista cara a cara e já desligo aqui. Mudar o mundo, as pessoas eu sei que nunca vou conseguir mesmo! Isso é coisa pra Deus em sua maneira de fazer a água subir à bunda das pessoas...
--- ah,vovô o sr. sempre me fazendo rir...
--- No meu tempo também, filhos e netos jamais interromperiam uma conversa de verdade, uma conversa cara a cara na sala ou na varanda... mas acabou pra sempre esse tipo de interação né... deixa eu desligar aqui...

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 imagem:idososgooglejpg

terça-feira, 13 de março de 2012

ALGUÉM QUE PASSA - (Jayme Cardozo Jr.)

Não há nada de mais
não há nada de menos;
mas, um dia lindo.
O céu azul
como o de outros dias,
momentos amenos.

Ás vezes o vento
ou calma calmaria.
Um pássaro que passa
e até o beija-flor...
E o cheiro trigueiro diz:
também cá estou.

Não há nada de mais
não há nada de menos;
mas, um dia lindo;
agora sem horas,
fez-se infindo...
é que a pouco você passou.
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imagem: praiajpg

segunda-feira, 12 de março de 2012

A IDÉIA PRÉ-CONCEBIDA - (Jayme Cardozo Jr.)


--- Mas padre Onofre, isto não é um mal sentimento de minha parte, eu tenho visto as atitudes da Mercedes.
--- Filha, já disse a você que é preciso muito cuidado ao julgar as pessoas. Você sabe que a Mercedez não é diferente de ninguém aqui da aldeia.
--- Mas padre, e o que ela falou?
--- Procure refletir melhor. Você também nunca ficou confusa? Faça como se deve fazer, procure entender essas coisas que ela às vezes fala.
--- Mas padre, e o que ela fez?
--- Será que o que ela fez, ir a casa de Otaviano fazer-lhe a barba é crime? Isso não é autruísmo?
--- Mas ele mora só!
--- Mas está doente de cama!
--- Dizem que ao contrário de ontem, ele, hoje está até cheiroso, deram-lhe banho.
--- Então, você não acha que quem fez isso, dando-lhe banho, levando-lhe o almoço e jantar fez o que Deus manda fazer?
--- A Mercedes?
--- Não minha filha, fomos nós: a madre Dorotéia, o Pirilo e eu quem estamos fazendo essa caridade ao Otaviano.
--- Mas e a barba dele?
--- Foi a Mercedes, a nosso pedido, sim! E semana que vem ela voltará lá!
--- Mas padre... mas padre...
--- Vá pra casa filha, e reze ao Nosso Senhor por Otaviano, e por Mercedes também; e não falte á missa no domingo. Quanto ao que estão comentando na aldeia eu dou um jeito... Espere! lembre-se filha, há três coisas que Deus detesta: falta de ponderação, o precipitar em julgar o próximo e a terceira ele não suporta de jeito nenhum, que é a idéia pré-concebida!




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domingo, 11 de março de 2012

YARANA

De tudo que existe
e persiste em estar
na minha estrada-alvorada
está Yarana meu bem.
Por bancos de dados
Silêncios falados
entre eu e você
telefone também.

 
De tudo que sinto
vive você, não minto,
nosso sentimento
a amizade de amor.

 
Por pensamentos
momentos, silêncios
e prosa-poesia
cantar o que for.

 
De tudo que lembro
do que já esqueci
não esqueço de ti, Yarana
a de repente que some.

 
Por tudo que somos
ou queremos ser
pra você o meu ser
e a poesia que dorme.
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(Jayme Jr.) - Copyright

quinta-feira, 8 de março de 2012

UM POETA

Fecho o silêncio
e solto minha voz
em tempo, fora de tempo
na caneta e papel.
A dizer do que vejo
daquilo que vemos
num mundo que cinza
quer o inferno ao céu.
Escrevo em poesias
se necessário, a segunda via
do horror, do terror
e de que há somente culpados.
Escrevo com o sangue
que foi derramado
com vidas tão vívidas
desses dois, ou três lados.
Fecho o silêncio
e solto meu grito
neste intento
de ser aqui também.
Um que se importa
com o morto, com a morta
e que ainda acredita
na paz qu'inda vem.
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(Jayme Jr.) - Copyright

terça-feira, 6 de março de 2012

SEM TÍTULO

Quem podia ou poderia
reconhecer, viver a poesia?
quando o mundo real
é irreal ao ser o que é:
maldade dos homens!
Quem pode ou deveria
desfiar uma noite inteira
fazer surgir um novo dia
quando o mundo só insiste
em ser noite sem luar?
Quem sabia ou saberia
levar tijolos e cantigas
reconstruir o que não se tinha
e que lamentavelmente
não se pode ter na fúria?
Quem desceu sem decidir
descer de novo depois da volta
e de tudo tão novo voltar a ver
que realmente no sobe e desce
a transformação é imperativa?
Quem deixou de ser humano
que muitas vezes é ser insano
num tudo natural e justo
num mundo que se quer perfeito
na perfeição que já havia?
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(Jayme Jr.) - Copyright