sábado, 16 de agosto de 2008

EM MEIO Á TUDO O SILÊNCIO
(Jayme Jr.)

Eu olho para o mar
Eu olho para o céu, respiro o ar
Eu olho as montanhas
Estonteantes, tamanhas
E me acalmo nos braços do silêncio.

O silêncio que sabe, que foi
O silêncio que é, e que depois
De tudo envolver, debulhar para bem
De seu perfume deixar
Separa-se só pra ser silêncio.

Eu mergulho nas águas, nos sonhos
Sinto amor, experimento o gosto
Das frutas, da terra de chuva
Retrocedo em meus atos...
É essa agitação... mas também o silêncio.

O silêncio... constante, e movimento
E num lamento perplexo eu me aquieto
Feito uma semente, um feto
Capaz agora de sair, explodir para bem
O silêncio que é, que tem... me faz isso.

O som da cascata em meio ao silêncio
E o som dessas flores sob os raios do sol
Faz o silêncio eu ouvir o bater
Do meu coração na emoção.
Sons, sons que se ouve num pseudo vazio.

Eu olho paro o invisível
Para o que sobrou de ruído débil, inteligente
Eu olho para o amor agitado mas calmo
E o silêncio se diz existir para empre
Diz-se ter sempre existido, no tudo existente.

Nenhum comentário: