sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

VIAJANTE ERRANTE
(Jayme Jr.) - Copyright


Continuo nessa estrada
Mesmo estando agora só
Sem prata nos bolsos, nada
Só o sol que nasce de um lado
E que ao meu sempre se põe.

Trago comigo lembranças
A saudade é o meu legado
Porque do que dizem sólido
Eu não trago, não levo nada
Nem nome, nem fé, nem espada.

Acredito que existe Deus
Isso, de tanto me transportar
De tanto estar no alheio
E não acredito em destino
Por só viver assim, só... ao meio.

Amanhã será outra cidade
Não me permito á amores
Pois minhas cores não são mais
E todos corações são como eu
Uma ilusão só, nada de mais.

Continuo nessa estrada
Não há motivos pra parada
Pra eu saltar aqui da ponte
Por faíscas assim tão tênues
Por finais que só existem em romances.



Um comentário:

Luciane Bueno disse...

Creio que esta poesia se afine um pouco com o sentimento de meu personagem em relação à vida. Esse desencanto... É comovente, doce e puramente humano. O cair é algo próprio de nós. Esse desencanto surge quando nos deparamos frente a quedas sem fim e profundas. Mas o renascimento está a frente sem que percebamos. Belo texto.